quinta-feira, 22 de abril de 2010

Lembro-me de quando comecei a trabalhar como guia, e como Correio de Turismo do pânico que certas cidades me davam.
Escondia-o bem dos clientes, mas só eu sabia os nervos, a ansiedade, quase pânico que sentia na véspera, fechada no meu quarto de hotel, a estudar os mapas pela milionésima vez, a ler as informações que tinha preparado, e a ligar a colegas a fazer perguntas. Tudo era inútil, e essas cidades onde teria de ir no dia seguinte só me pareciam labirintos confusos, daqueles sempre em movimento, em que era impossível não me perder.
Quando na manhã seguinte alguém me ligava, e havia alterações de planos ou inmprevistos... era o pânico. Sempre tive um pânico calmo, mas novamente, por dentro só eu sabia como estava.
E depois, de repente, aparecia-me uma guia local ou um motorista experiente, uma benção, calmos, que sabem tudo, já trataram de tudo, já ligaram não sei para onde para avisar, me dão um mapa bom do tal labirinto desconhecido, e brrrr.... O grande pesadelo é afinal um sonho cor de rosa.

Quando vou para o extrangeiro, volta e meia, tenho dias e econtro pessoas assim. Maravilhosas, que me deixam felizes.

E agora que estou por aqui, sinto por vezes que sou eu essa tal pessoa. É engraçado ver uma Tita à minha frente, que acha que Lisboa é um labirinto, e passou a noite a estudar o mapa. E depois dar-lhe um mapa melhor, explicar-lhe algumas coisas, dizer-lhe onde pode dar tempo livre aos clientes, resolver-lhe meia duzia de probelmas e dizer que já previ não sei quê e por isso já liguei para o restaurante.
É engraçado ver a cara dessa Tita. Acho que na altura sorria da mesma maneira... :)