sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Eu Também voto sim!

“Os julgamentos da Maia, Aveiro, Setúbal e Lisboa são exemplos dos efeitos da actual Lei – não evita o aborto e muito menos o aborto clandestino, humilha, penaliza e perpetua a exploração das mulheres, sobretudo as mais pobres.”
De facto, os julgamentos que se realizaram após o Referendo de 1998, vieram desmentir aquilo que foi afirmado por quem defendeu o Não em 1998: Nenhuma mulher será julgada por aborto.
A manutenção da actual Lei leva a denúncias, investigações, processos, julgamentos e condenações.
Foi a isto que assistimos nos últimos 8 anos.
Hoje, nas vésperas de um novo Referendo dizem-nos: “não há mulheres condenadas a prisão”; “não há nenhuma mulher na prisão”.
É caso para perguntar, e perguntamos:
Será preciso que uma mulher cumpra pena de prisão efectiva para que se altere o artigo do Código Penal, que, de facto, consagra: “A mulher grávida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro, ou que, por facto próprio ou alheio, se fizer abortar, é punida com pena de prisão até 3 anos”
Em 98 diziam que nenhuma mulher seria julgada, mas foram.
Hoje não há nenhuma mulher presa, mas há mulheres condenadas a pena de prisão.
Recusamo-nos a esperar pela prisão efectiva de uma mulher por aborto no nosso país.
Recusamos esta indignidade e vergonha para a democracia portuguesa.