sábado, 25 de junho de 2005

O que cabe de mim dentro de uma trolley?

Tudo empacotado, mala feita (que insiste em não fechar), pouco resta nos armários. Roupa, camera, tintas e papel, pedaço a pedaço tento transportar a minha vida comigo, como se fosse ficar fora muito tempo....
Quanto duram três meses?
Quanto distam não sei quantos mil quilómetros?
Já me despedi dos amigos, família, conhecidos, já ninguém sabe se estou cá ou lá.
Nestes momentos não pertencemos a nenhum sítio. Cá, já não vemos as pessoas, já dissémos adeus, as nossas coisas já estão no fundo de uma mala confusa, e de pouco servem. Lá? Lá ainda não estamos, não conhecemos, e já sonhámos tanto com o que vamos encontrar.

Talvez seja este o último post até ao fim do Verão. Volto quando começarem a cair as primeiras folhas do Outono, foi o que prometi à pessoa que não estará no aeroporto para me gritar aquelas coisas bonitas, que não se sentem mas apetece ouvir.

O meu corpo é uma asa de avião, que esta madrugada tocará as nuvens....